Biografia

Nome Completo :Antônio Vieira

Quem foi: Padre Antônio Vieira foi um importante religioso, orador e escritor português do século XVII. Atuou, no Brasil, como missionário da Companhia de Jesus. É considerado um dos principais escritores e oradores sacros do barroco brasileiro.

Nascimento: Padre Antônio Vieira nasceu na cidade de Lisboa (Portugal) em 6 de fevereiro de 1608.

Morte: Padre Antônio Vieira morreu na cidade de Salvador (Bahia) em 18 de julho de 1697.

Principais realizações e atividades

- Foi professor de Retórica na cidade de Olinda.
- Atuou como missionário católico, defendendo a liberdade dos indígenas brasileiros.
- Escreveu importantes sermões, considerados importantes exemplos da literatura barroco brasileira.

- Foi Visitador-Geral da Província do Brasil.

Imagens


Um pouco mais de Vieira ...


Fragmentos Vieirianos

Obras e Frases


- Sermão de Santo Antônio aos Peixes
- Sermão da Sexagésima
- Sermão da Quinta Dominga da Quaresma
- Sermão do Bom Ladrão
- Sermão do Mandato
- Sermão do Espírito Santo
- Sermão Pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal, contra as da Holanda
- Sermão de Nossa Senhora do Rosário
Sermão de São Pedro
Sermão de São Roque
Sermão de Santa Teresa
Sermão de Todos os Santos
Sermão de Nossa Senhora do Rosário
Cartas
Arte de Furtar
Quinto Império
História do Futuro

Esperanças de Portugal

* "Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras."

* "O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive."

Caricatura


Intertextualidade em Vieira

Sermão da Sexagésima

“A definição do pregador é a vida e o exemplo. Por isso Cristo no Evangelho não o comparou ao semeador, senão ao que semeia. Reparai. Não diz Cristo: Saiu a semear o semeador, senão, saiu a semear o que semeia. Entre o semeador e o que semeia há muita diferença: uma cousa é o soldado, e outra cousa o que peleja; uma cousa é o governador, e outra o que governa. Da mesma maneira, uma cousa é o semeador, e outra o que semeia; uma cousa é o pregador, e outra o que prega. O semeador e o pregador é nome; o que semeia e o que prega é ação; e as ações são as que dão o ser ao pregador. Ter nome de pregador, ou ser pregador de nome não importa nada; as ações, a vida, o exemplo, as obras são as que convertem o mundo. O melhor conceito que o pregador leva ao púlpito, qual cuidais que é? É o conceito que de sua vida têm os ouvintes. Antigamente convertia-se o mundo, hoje por que se não converte ninguém? Porque hoje pregam-se palavras e pensamentos, antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obras são tiro sem bala; atroam, mas não ferem. Diz o Evangelho que a palavra de Deus frutificou cento por um. Que quer isto dizer? Quer dizer que de uma palavra nasceram cem palavras? Não. Quer dizer que de poucas palavras nasceram muitas obras. Pois palavras que frutificam obras, vede se podem ser só palavras!”.
In: ___. Os sermões. São Paulo. Difel, 1968. VI, p. 91)


Resenha crítica

Padre Antônio Vieira, é uma crítica impetuosa aos pregadores ou sermonistas que por muito valorizarem o cultismo, faziam de seus sermões motivo de exaltação literária e deixavam seu caráter religioso e de reflexão existencial em segundo plano. Ao mesmo tempo em que critica esse estilo de pregação, os sermões de Antônio Vieira instrui acerca dos principais elementos que constituem um bom sermão.Por fim, a peroração de Vieira,  buscava persuadir os ouvintes de suas idéias e finalizar o sermão.

Questões de Vestibulares

Atividade Avaliativa



1- (UFRGS) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre os dois grandes nomes do barroco brasileiro.

( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre os valores transcendentais e os valores mundanos, exemplificando as tensões do seu tempo.
( ) O sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma construção de imagens dobradas em numerosos exemplos que visam a enfatizar o conteúdo da pregação.
( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas e sermões, mostram exacerbados sentimentos patrióticos expressos em linguagem barroca.
( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos sermões do Padre Vieira representam duas faces da alma barroca no Brasil.
( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos para o desvio operado pela retórica retumbante e vazia.

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V-F-F-F-F c) V-V-F-V-F e) F-F-F-V-V
b) V-V-V-V-F d) F-F-V-V-V

2- (UFSM 2000) Leia o trecho de um sermão, do Padre Antônio Vieira:
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos um estilo tão empeçado, um
estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda parte e a toda a natureza? O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Compara Cristo o pregar e o semear, porque o semear é uma parte que tem mais de natureza que de arte.
O objetivo do autor é
a) destacar que a naturalidade - propriedade da natureza - pode tornar mais claro o estilo das pregações religiosas.
b) salientar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado em dificultoso.
c) argumentar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado nem dificultoso.
d) argumentar que a lição de Cristo é desnecessária para os objetivos da pregação religiosa.
e) mostrar que, segundo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque são prática inconciliáveis.

3- (PEIES-2002) "Os dolorosos são os que vos pertencem a vós, como os gozosos aos que devendo-vos tratar como irmãos, se chamam vossos senhores. Eles andam, e vós servis; eles dormem, e vós velais; eles descansam, e vós trabalhais; eles gozam o fruto de vossos trabalhos, e o que vós colheis deles é um trabalho sobre outro."
VIEIRA, Pe. A. Sermões. Porto: Lello, 1959. p. 135

No trecho do sermão de Vieira, a ____________ entre os mistérios dolorosos e
gozosos serve como ponto de partida para a construção em _________, recurso básico da estruturação do texto, por meio do qual o autor destaca a perversidade do sistema __________.
Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas:
a) metonímia - metonímias - escravagista
b) comparação - comparações - indianista
c) comparação - antíteses - escravagista
d) assonância - assonâncias - judaico
e) gradação - gradações - indianista

4- (UFSM 2006) Leia o seguinte fragmento extraído do Sermão de Santo Antônio, de Pe. Vieira.
"(...) o pão é comer de todos dos dias, que sempre e continuamente se come: isto é o
que padecem os pequenos. São o pão cotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com tudo, assim com tudo e tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem,
em que os não comam, traguem e devorem (...)"
No trecho, observa-se que Vieira
I. constrói a argumentação por meio da analogia, o que constitui um traço característico da prosa vieiriana.
II. finaliza com uma gradação crescente a fim de dar ênfase à voracidade da exploração sofrida pelos pequenos.
III. afirmar, ao estabelecer uma comparação entre os humildes e o pão, alimento de consumo diário, que a exploração dos pequenos é aceitável porque cotidiana.

Está(ão) correta(s) apenas
a) I. b) I e III. c) III. d) II e III. e) I, II e III.
5- (UFSM 2007) Leia o trecho a seguir.

Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, tanto mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos livre de vontades endurecidas, que ainda são piores que as pedras.
(Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira.)

Pelo trecho reproduzido, pode-se concluir que o Sermão da Sexagésima trata da
a) problemática da pregação religiosa, considerando as figuras dos pregadores e dos fiéis.
b) necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra os holandeses.
c) perseguição sofrida pelo pregador em função do apoio que emprestava a índios e negros.
d) exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de criar a Campanha das Índias
Ocidentais.
e) condenação aos governantes locais que desobedeciam os princípios do mercantilismo
seiscentista.

6- (UNIFRA 2007)
... os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.
Sobre esse fragmento do Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira, pode-se reconhecer
a) a presença do cultismo, tendo em vista a sofisticação e extravagância dos termos utilizados.
b) a ausência de cuidado com a linguagem, com a utilização de repetições indevidas que apenas tornam cansativo o texto.
c) o conceptismo que, por meio do predomínio da lógica das idéias, é praticado como recurso à crítica contra as injustiças.
d) o uso fantasioso de antíteses e paradoxos que, tornando complexo o pensamento, filiam-se ao estilo de gôngora.
e) a subjetividade que marca o estilo barroco do autor, preocupado em defender os poderosos.


É verdade que Portugal era um cantinho, ou um canteirinho da Europa, mas neste cantinho de terra pura e mimosa de Deus: Fide purum, et pietate dilectum, nesse cantinho quis o céu depositar a fé que dali se havia de derivar a todas estas vastíssimas terras, introduzida com tanto valor, cultivada com tanto trabalho, regada com tanto sangue, recolhida com tantos suores, e metida finalmente nos seleiros da Igreja, debaixo das chaves de Pedro, com tanta glória. Medindo-se Portugal consigo mesmo, e, reconhecendo-se tão pequeno à vista de uma empresa tão imensa, poderá dizer o que disse Jeremias, quando Deus o escolheu para profeta das gentes: Et prophetam in gentibus dedi te. E que disse Jeremias? Et dixit: A, A, A, Domine Deus, quia puer ego sum (Jer. 1,6): Ah! Ah! Ah! Deus meu, onde me mandais, que sou muito pequeno para tamanha empresa. — O mesmo pudera dizer Portugal. Mas tirando-lhe Deus da boca estes três AAA, ao primeiro A, escreveu África, ao segundo A escreveu Ásia, ao terceiro A escreveu América, sujeitando todas três a seu império, como Senhor, e à sua doutrina, como luz: Vos estis lux mundi.

(UFRGS 2011) As questões 7 e 8 estão relacionadas ao trecho extraído do Sermão de Santo
Antônio de Padre Antônio Vieira.

7. Considere as seguintes afirmações, sobre o trecho.
I - Vieira transforma os três AAA que manifestaram a dúvida de Jeremias nas iniciais dos três continentes (África, Ásia e América), onde se desenvolvia a missão dvilizadora e catequética dos portugueses.
II - É possível identificar a índole militante e nacionalista do padre e uma enfática defesa da ação violenta de Portugal e de seus aliados.
III - O sermonista justifica eventos históricos, como a grandeza do Império português no período da expansão ultramarina, a partir de casos exemplares extraídos da Bíblia, como a escolha que Deus fez de Jeremias para a difícil missão de profetizar.
Quais estão corretas?
a) Apenas I. d) Apenas I e III.
b) Apenas II. e) I, II e III.
c) Apenas III.

8 Considere as seguintes afirmações, sobre o mesmo trecho.
I - Ao referir-se a elementos como "cantinho de terra pura e mimosa de Deus" e "celeiros da Igreja", Vieira celebra a capacidade de Portugal de suprir a carência europeia de alimentos.
II - Jeremias, por sentir-se frágil, questiona sua capacidade de empreender com sucesso a ação profética.
III - A intenção do sermão é exaltar a conquista de três continentes por um reino tão pequeno como o português.
Quais estão corretas?
a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III. e) I, II e III.

9- O sermão de Santo Antônio ou dos Peixes é um dois mais significativos da arte oratória do
Padre Antônio Vieira. O pregador em São Luís do Maranhão, no ano de 1654. Com relação a esse sermão, analise as afirmativas abaixo:
I. O pregador o fez com o objetivo de encontrar solução para o problema dos índios,
barbaramente escravizados pelos colonos;
II. O jesuíta finge dirigir-se aos peixes e não aos homens para recriminar a má vida dos
espectadores, que se recusavam ao seguir os ensinamentos cristãos;
III. O orador critica os pregadores que distorcem a palavra de Deus, utilizando-a com o simples propósito de agradar aos ouvintes do sermão.
É correto o que se afirma em:
a) II e III
b) I e III
c) Todas
d) I e II
e) I
10- (UFBA)
“Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e chama- lhes sal da terra, porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela, que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina, que lhes dão, a não querem receber; ou é porque o sal não salga, e os Pregadores dizem uma cousa, e fazem outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem: ou é
porque o sal não salga, e os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.”
O autor aponta como causa da corrupção na terra:
a) a doutrina pregada é fraca ou os homens não lhe são receptivos.
b) os pregadores pregam uma falsa doutrina ou a doutrina é ineficiente.
c) os homens não são receptivos à doutrina, porque ela é verdadeira.
d) a ação dos pregadores não testemunha o que eles pregam.
e) os homens tentam imitar os pregadores, seguindo-lhes a doutrina


GABARITO
1- C
2- A
3- C
4- A
5- A
6- C
7- D
8- D
9- C
10- D

Conclusão

Levando em consideração tudo que foi e será apresentado  no blog, podemos aqui concluir que Pe. Antonio Vieira, foi um homem importantíssimo no séc. XVIII e que este ainda é valorizado e admirado nos dias de hoje. Fernando Pessoa chamava-o de Imperador da Língua Portuguesa devido à riqueza e qualidade de suas obras.  A criação deste blog nos fez ampliar nosso entendimento sobre o mesmo, de uma forma inovadora/criativa.